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domingo, 21 de abril de 2013

Não ter vergonha de falar sobre sexo com os filhos evita que jovens se exponham a riscos


Conversar com os filhos adolescentes pode ser, para muitos pais, uma tarefa árdua. Quando atingem certa idade, muitos jovens se fecham para a família e buscam nos amigos os novos confidentes, com quem vão compartilhar suas experiências e sentimentos. Nesse cenário, sexo pode se tornar o mais espinhoso dos assuntos. Mas, apesar das dificuldades que muitos adultos ainda têm de falar abertamente sobre esse tema, é responsabilidade deles garantir que seus filhos iniciem a vida sexual seguros e bem informados.
A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) realizou neste ano uma pesquisa –em parceria com a Bayer– sobre a vida sexual dos adolescentes de São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Curitiba. O estudo, divulgado em setembro, revelou que mais da metade dos jovens entrevistados iniciou a vida sexual até os 17 anos e 73% deles não usaram nenhum tipo de contraceptivo em sua primeira relação sexual.
Segundo os especialistas consultados , a falta de informação ainda é um grande fator de risco entre os jovens, apesar de sexo estar em todos os lugares, das novelas à música pop.
Para Cláudia Bonfim, vice-presidente da Abrades (Associação Brasileira para a Educação Sexual), os adolescentes hoje conhecem bem a parte “operacional” do sexo, sabem como fazer, conhecem posições, mas não entendem como usar preservativos e anticoncepcionais e não sabem lidar com o aspecto emocional.
Mas falar sobre sexo não é apenas listar problemas como gravidez e doenças sexualmente transmissíveis e explicar como evitar. Prazer, responsabilidade e sentimentos também fazem parte da educação sexual e devem ser tratados em casa. “Os pais não podem privar o filho dessas informações e não podem acreditar que ele vai aprender em outro lugar”, diz Cláudia.

Desde a infância

É unanimidade entre os especialistas consultados que a educação sexual começa na infância e, desde as primeiras demonstrações de interesse do filho, os pais devem se mostrar abertos a essa conversa.
Quando a criança fizer uma pergunta, a resposta deve ser simples e fechada naquela questão, sem partir para lições completas sobre sexo que ela pode não entender ou não estar interessada. Mas esclarecer a dúvida é importante porque, segundo Sylvia Faria Marzano, terapeuta familiar e sexual, a cumplicidade começa a nascer aí e a abertura para conversar quando o jovem começar sua vida sexual vai depender de como o tema foi levado pela família desde o início. “Se os pais forem verdadeiros, cada vez mais a criança confiará neles”, diz.
Quando a criança estiver para entrar na puberdade, entre os nove e dez anos, o diálogo pode ser ampliado, preparando os jovens para as mudanças que eles vão começar a enfrentar. “A primeira coisa é explicar o que vai acontecer com o corpo, como vai mudar, contar que vão nascer pelos, que a menina vai menstruar e que a partir daí ela poderá engravidar.

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