Matéria em destaque

domingo, 21 de abril de 2013

Como ajudar o filho a se enturmar na escola


O seu filho está sempre sozinho, trancado dentro do quarto e não se relaciona com as outras crianças da escola? Então é hora de tomar uma atitude! Quando a criança é muito isolada, ela pode precisar de ajuda para conseguir socializar e melhorar o relacionamento com os colegas de sala.
Veja as dicas da orientadora educacional e professora de Ética e Formação Humana do Colégio Pitágoras Cidade Jardim em Belo Horizonte (MG) Beatriz Vilas Boas Marprates e da psicóloga e professora do Gymboree Brasil Marcella Motta e saiba como orientar seu filho a fazer novas amizades.

Menina triste na escola
Foto: Ablestock/Keydisc
Como ajudar a criança
Em primeiro lugar, é importante entender o que significa a palavra solidão. Segundo a psicóloga Marcela Motta, esta é a discrepância entre os níveis de contatos sociais desejados e os conseguidos, ou seja, um estado emocional de sentir-se sozinho, solitário. “Vivemos em uma cultura que valoriza a habilidade de socialização e interação social. Quando os pais percebem que seu filho é uma criança solitária, a primeira coisa que deve ser pensada e refletida é o que está causando este comportamento”, afirma.
Beatriz Vilas Boas dá algumas dicas para ajudar no processo de socialização:
- Crie oportunidades para que seu filho participe de atividades que goste. Esta é uma boa forma de estimular seu convívio social;
- Não force seu filho a participar de alguma atividade. Pelo contrário: chame a atenção dos pontos interessantes e divertidos que esta atividade poderá proporcionar. Caso ele se recuse a participar, não critique o seu comportamento e nem o compare com as outras crianças: essa atitude só contribuirá para a sua baixa autoestima;
- Seja modelo para os seu filho, pode ser que o está faltando seja apenas mais treino para as situações sociais. É muito comum e natural os filhos copiarem seus pais. Eles observam a reação dos pais numa situação de convívio social e ao passar por uma situação parecida, saberão como se comportar;
- Avalie de que jeito está criando seu filho. Pais superprotetores e que querem resolver todos os seus problemas geram filhos muito dependentes e pouco autônomos, que não conseguem ter iniciativa e nem vencer as dificuldades que apareçam. O ato de interagir com outras pessoas é trabalhoso e exige uma boa dose de iniciativa;
-Se o isolamento estiver interferindo muito na vida de seu filho, a ponto de não querer ir mais para a escola e nem sair de casa, é prudente buscar a ajuda de um profissional. Nessa fase é natural ele querer a companhia de seus amigos e se ele não está conseguindo se relacionar, com certeza está sofrendo e precisando de ajuda para vencer suas dificuldades;
-Encoraje seu filho a falar sobre seus medos e dificuldades. Nunca menospreze seus sentimentos, ele precisa saber que não está sozinho e que pode contar com você.
Causas do problema
São tantos motivos que levam uma criança a se isolar que fica difícil saber exatamente o que está acontecendo. Segundo Beatriz, os pais devem se perguntar por que o filho está sozinho e se afastando dos colegas. “A resposta para essa questão virá através da observação do comportamento do filho no espaço de convivência com os seus iguais, por meio de um diálogo com o filho e com os profissionais da escola”, aponta a profissional.
Marcela complementa a informação apontando alguns motivos que podem causar o problema:
- Uma criança pode se tornar solitária por ausência parental, algo muito comum em nossa sociedade moderna, que exige que os pais trabalhem o dia inteiro;
- As crianças aprenderam a brincar sozinhas, assistindo televisão, jogando em seus computadores ou outros jogos eletrônicos;
- Violência familiar;
- Características próprias ou questões psíquicas, tais como a timidez, introversão, inibição social, superproteção, depressão e baixa autoestima;
- Separação dos pais;
O papel da escola
É fundamental que os professores e coordenadores do colégio fiquem atentos e observem sinais de que a criança está se isolando do resto.  “Quando a criança tem dificuldade de se enturmar, o professor pode ajudar e intervir. Sua postura é extremamente importante e necessária para que a criança se sinta confortável com o espaço que a acolhe”, informa Marcela.
Outro caminho a ser explorado é incentivar atividades grupais, aulas de teatro e artes. Essas atividades servem como pontes para aproximar a criança solitária de algum grupo. “Porém, se a criança continuar solitária, talvez seja realmente um mau ajustamento dela com a escola. É importante o diálogo dos pais para saber se ela se sentirá mais feliz em outro colégio”, revela a psicóloga.
Trocar de escola funciona?
Muitos pais trocam os filhos de escola quando notam que as crianças não estão se enturmando. “A mudança de escola deve ser avaliada de forma criteriosa, pois faz parte do crescimento do indivíduo vencer barreiras, dificuldades e lidar com suas frustrações. Fugir do problema em nada ajudará no seu processo de crescimento. Nesse caso, o problema só mudará de lugar, pode ser que na nova escola a situação se repita, pois as dificuldades sociais ainda não foram vencidas”, afirma Beatriz.
A especialista também afirma que trocar de escola só será eficaz quando a criança sofre bullying e não sabe como vencê-lo. “Um ambiente novo dará a ela a oportunidade de fazer diferente e começar uma nova história. O importante é ajudar a criança a se sentir feliz, pois nessa fase ela passa muito tempo na escola e precisa se sentir segura e confortável”, conta.
Soluções para o problema
Quando os pais não conseguem achar uma solução adequada para o problema dos filhos, o mais indicado é buscar a ajuda de um profissional. “Se a criança tem nitidamente grande dificuldade de se socializar,independente de onde esteja ou com quem, os pais devem procuram o auxílio de um terapeuta”, aconselha Marcela.
Conversar com os professores na escola também é uma alternativa, pois boa parte do desenvolvimento infantil acontece dentro da sala de aula. “A troca de informação dos professores com os pais é fundamental, até mesmo para saber se a criança é assim apenas naquele determinado contexto ou se tem o mesmo comportamento fora da escola”, conclui Marcela.

Consultoria: Marcella Motta, Psicóloga e professora do Gymboree Brasil

Nenhum comentário :

Postar um comentário

▲ Voltar ao Topo