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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Internet: até onde vai a liberdade?





Se você já passou dos 30, provavelmente se lembra de uma infância bem diferente da que presenciamos hoje. Naquela época se brincava até tarde com a molecada na rua ou no parque, até ouvir os gritos da mãe chamando... Nada de computadores, tablets e celulares. A vida era mais simples, mas não necessariamente melhor ou pior. A internet é fascinante, um novo mundo que se abre ao nosso alcance, sem precisar sair de casa, imagine aos olhos de uma criança! Se bem usada, é uma ferramenta extraordinária, mas até onde essa liberdade pode ir? “A partir do momento em que a família decide presentear o filho com um equipamento tecnológico, deve estar ciente dos riscos que isso pode ocasionar, mas também da maneira como orientar e auxiliá-lo”, explica Sula de Boba, psicóloga especialista em infância e adolescência, em Camboriú, SC. 

Estabeleça limites

Crianças e adolescentes precisam de limites, na web não é diferente. “Os pais devem controlar a internet e evitar que ela controle seus filhos, defina suas rotinas ou influencie suas atitudes. Começar estabelecendo horários de acesso diariamente é uma forma eficaz de evitar a dependência perante a rede. A instalação de programas antivírus e conteúdos adequados com a idade de seus filhos também diminui o risco de envolvimento pela internet”, orienta a psicóloga.

Converse bastante

Mantenha sempre o diálogo aberto em casa, oriente seu filho sobre os perigos que ele pode encontrar no ambiente virtual, ensine-o a se proteger e mantenha a vigilância. Conhecer as senhas de redes sociais e e-mails dos filhos é uma questão de segurança, e elas devem ser usadas apenas quando julgar necessário. Quando seu filho sai, você não pergunta com quem vai sair, onde vai e a que horas volta?
Entretanto, muitos adolescentes não aceitam o controle dos pais, e a senha vira uma fonte de desavenças. “O grau de confiança dos pais em relação aos filhos depende exclusivamente da segurança com que estes agem frente à tecnologia. Ou seja, se seu filho age corretamente, estipula seus próprios horários e percebe as influências exercidas pela internet, ele está apto a frequentá-la de maneira saudável, sem que os pais precisem intervir nessa relação, não necessitando do controle das senhas. Caso contrário, é necessário um bom diálogo, em que os riscos deverão ser mostrados e a tolerância deverá ser respeitada em ambos os lados, até que se chegue a um acordo”, opina Sula. 

Cuidado nas redes sociais

É cada vez mais comum o acesso às redes sociais por crianças. Aparentemente algo inofensivo, mas que exige atenção redobrada. Converse com seu filho e oriente-o sobre os perigos para ele e toda a família. Os mesmos cuidados que temos no dia a dia devem ser adotados na internet. A psicóloga adverte que pequenas ferramentas, como identificar os lugares frequentados, pessoas com quem seu filho mantém contato e opções que ele “curte” podem ser chamariz para bandidos. “Ensine-o a evitar a exposição excessiva nas redes sociais, adicionando e mantendo contato apenas com pessoas próximas e restringir ao máximo o acesso às fotos e informações pessoais”.

Conheça seus amigos

O cyberbullying é cada vez mais comum, especialmente entre adolescentes. Conhecer bem os relacionamentos dos filhos e manter um diálogo aberto, ensinando-o a se portar corretamente no mundo virtual ajuda a evitar essa situação. “A internet é um ambiente virtual onde o indivíduo pode assumir diferentes papéis e consequentemente diferentes identidades. Essa passagem de um ambiente para o outro pode ocasionar uma mudança no comportamento emocional. 

Sendo assim, a internet pode abrir um campo de oportunidades a ele, e a escolha de alguns caminhos, sejam eles bons ou ruins”, diz a psicóloga. Ensine seu filho desde cedo a pôr-se no lugar do outro, a não fazer com os outros o que não gostaria que fizessem com ele. E fique atenta a mudanças de comportamento como isolamento, crises de choro e reações exageradas de raiva, que podem ser sinal de que algo está errado.

Atualize-se

Não é raro os filhos conhecerem mais do mundo virtual do que os próprios pais. Mesmo que essa não seja a sua “praia”, mantenha-se atualizada e conheça o ambiente em que ele está inserido. 

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